Mecânica dos fluidos/Equações básicas em forma adimensional

Fonte: testwiki
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Equações em forma adimensional

Equação de continuidade

A equação de continuidade em forma diferencial


ρt+((ρv))=0


tem dimensão [D{ρ}·D{t}-1] = M·L-3·T-1. Para obter uma equação correspondente adimensional, substituímos a densidade ρ por ρ*·ρr e a velocidade v por v*·vr, onde ρr e vr são valores de referência e ρ* e v* são números puros. Aplicamos um procedimento equivalente também aos comprimentos; por exemplo, substituímos x por x*·Lr, onde Lr é um comprimento de referência. Assim:


ρt=(ρ*ρr)(t*tr)=ρrtrρ*t*


(ρv)=(ρvx)x+(ρvy)y+(ρvz)z=[(ρ*ρr)(vx*vr)](x*Lr)+[(ρ*ρr)(vy*vr)](y*Lr)+[(ρ*ρr)(vz*vr)](z*Lr)


=ρrvrLr((ρ*vx*)x*+(ρ*vy*)y*+(ρ*vz*)z*)


Se escolhermos tr tal que tr=Lrvr, a equação se torna


ρ*t*+(ρ*vx*)x*+(ρ*vy*)y*+(ρ*vz*)z*=0


ou


ρ*t*+(*(ρ*v*))=0, onde *F=Fx*+Fy*+Fz*.

Equação de Bernoulli

Para escrever a equação de Bernoulli em forma adimensional, a pressão p deve ser substituída por p*·pr, com p_r = ρvr2 = ρ*·ρr·vr2. Assim, se fizermos vr=gLr,


pρ+v22+ gz=constante


p*prρ*ρr+(v*vr)22+ gz*Lr=constante


p*(ρ*ρrvr2)ρ*ρr+vr2(v*)22+ vr2z*=constante


p*+(v*)22+ z*=constante


Equações de Navier-Stokes para um líquido Newtoniano

Considerando-se o eixo Z como apontando para cima e desprezando-se um dos eixos horizontais, o que é válido para a maioria das situações, as equações de Navier-Stokes para um líquido Newtoniano (densidade e viscosidade constantes), têm a forma seguinte:


ρ0(vxt+vxvxx+vzvxz)=px+μ0(2vxx2+2vxz2)


ρ0(vzt+vxvzx+vzvzz)=ρ0gpz+μ0(2vzx2+2vzz2)


Essas equações têm dimensão [D[p]·D[z]-1] = [[M·L-1·T-2]·L-1] = [M·L-2·T-2]. Em forma adimensional, teremos


ρ*ρr((vx*vr)(t*tr)+(vx*vr)(vx*vr)(x*Lr)+(vz*vr)(vx*vr)(z*Lr))=(p*pr)(x*Lr)+μ*μr(2(vx*vr)(x*Lr)2+2(vx*vr)(z*Lr)2)


ρ*ρr((vz*vr)(t*tr)+(vx*vr)(vz*vr)(x*Lr)+(vz*vr)(vz*vr)(z*Lr))=ρ*ρrg(p*pr)(z*Lr)+μ*μr(2(vz*vr)(x*Lr)2+2(vz*vr)(z*Lr)2)


Como


f(x)g(x)=f(x)xxg(x)=f(x)xg(x)xf(x)(kx)=1kf(x)xe

2f(x)g(x)2=g(x)(f(x)g(x))=g(x)(1kf(x)x)=1k(kx)(f(x)x)=1k2(x)(f(x)x)=1k2(2f(x)x2)


Temos


ρrvrtrρ*vx*t*+ρrvr2Lrρ*(vx*vx*x*+vz*vx*z*)=prLrp*x*+μrvrLr2μ*(2vx*x*2+2vx*z*2)


ρrvrtrρ*vz*t*+ρrvr2Lrρ*(vx*vz*x*+vz*vz*z*)=ρ*ρrgprLrp*z*+μrvrLr2μ*(2vz*x*2+2vz*z*2)


Com as substituições usuais (pr=ρ*ρrvr2evr=gLr) e ainda μr=ρrLrvre tomando tr=Lrvr teremos,


ρrvr2Lrρ*vx*t*+ρrvr2Lrρ*(vx*vx*x*+vz*vx*z*)=ρ*ρrvr2Lrp*x*+ρrLrvr2Lr2μ*(2vx*(x*)2+2vx*(z*)2)


vx*t*+vx*vx*x*+vz*vx*z*=p*x*+μ*ρ*(2vx*(x*)2+2vx*(z*)2)


Similarmente,


vz*t*+vx*vz*x*+vz*vz*z*=1p*z*+μ*ρ*(2vz*(x*)2+2vz*(z*)2)


Também é comum escolher vr tal que coincida com a velocidade do fluxo na superfície livre. Esse valor é indicado usualmente também como v. Tal substituição implica que a pressão de referência pr e a velocidade de referência sejam relacionadas da mesma forma (pr=ρ*ρrvr2), mas a identidade vr=gLr não pode ser empregada. Neste caso, a primeira equação se mantém inalterada, mas a segunda se torna:


vz*t*+vx*vz*x*+vz*vz*z*=gLrv2p*z*+μ*ρ*(2vz*(x*)2+2vz*(z*)2)




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