Álgebra linear/Espaços vetoriais

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Definição

Um espaço vetorial é formado por:

  1. Um conjunto qualquer V, cujos elementos serão chamados de vetores;
  2. Um corpo K, cujos elementos serão denominados escalares, com elementos neutros distintos 0 e 1;
  3. Uma operação +:V+VV, conhecida como adição de vetores;
  4. Uma operação *:K×VV, chamada de multiplicação por escalar.

Neste wikilivro, será escrito simplesmente αv para denotar α*v.

Normalmente, o corpo K é o corpo dos números racionais, dos números reais ou dos números complexos.

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Exemplos

  • 2, 3 e, mais geralmente, n, são espaços vetoriais reais (sobre o corpo ), quando munidos da soma e multiplicação por escalar usuais.
  • O conjunto formado pelo único número real 0, ou seja, {0}, é um espaço vetorial sobre .
  • é um espaço vetorial sobre .
  • Os exemplos acima são aplicáveis para qualquer corpo K, ou seja, são espaços vetoriais sobre K: {0}, K e Kn.
  • Seja n um número qualquer. O conjunto dos polinômios de grau menor ou igual a n é um espaço vetorial, onde consideramos a soma de dois polinômios como a soma dos coeficientes de mesmo grau e a multiplicação por escalar como a multiplicação de cada coeficiente pelo escalar em questão.
  • Seja o conjunto dos números inteiros positivos, e S o conjunto de todas as funções de domínio * e contradomínio . Dadas f e g funções e λ um número real, podemos definir
(f + g) como a função que leva o número inteiro positivo n no número real f(n) + g(n)
(λ f) como a função que leva o número inteiro positivo n no número real λ f(n).

Ou seja, foram definidas as operações de soma de vetores e produto de um escalar por um vetor em S. Como exercício, podem-se provar os axiomas, mostrando que S é um espaço vetorial. Este espaço vetorial é tão importante que tem um nome: ele é o espaço vetorial das sequências de números reais.

  • O exemplo acima pode ser generalizado. Seja K um corpo qualquer, e I um conjunto qualquer (a letra I é porque este conjunto será chamado de conjunto de índices). Então o conjunto KI, das funções de domínio I e contra-domínio K, torna-se naturalmente um espaço vetorial definindo-se para f,gKI, λK:
(f+g)(x)=f(x)+g(x)
(λf)(x)=λf(x)
O fato de um conjunto ser ou não um espaço vetorial depende fortemente das operações envolvidas. O próximo exemplo ilustra esta questão:
Exemplo: Verifique se (2,,.), munido das operações
{(x1,y1)(x2,y2)=(x1+x2,y1+y2)k.(x1,y1)=(kx1,ky1)
é um espaço vetorial.
Com efeito, observe inicialmente que a a soma em questão é a usual. Logo, satisfaz as propriedades de espaço vetorial. Iremos provar que a a multiplicação por escalar não satisfaz o seguinte propriedade de espaço vetorial:
1u=u
De fato, se u=(x1,y1), então 1.u=1(x1,y1)=(1x1,1y1)=(x1,y1)(x1,y1). Portanto, 2, munido destas operações, não é um espaço vetorial.

Subespaços vetoriais

Definição

Seja V um espaço vetorial sobre o corpo K. Um subespaço vetorial de V é um subconjunto W que também é um espaço vetorial sobre K, com as mesmas operações (adição e multiplicação por escalar) de V.

Equivalentemente, um subespaço vetorial de V é um subconjunto não-vazio W fechado em relação às operações de adição e multiplicação por escalar, ou seja, um subconjunto tal que

  1. Para todos u,vW tem-se u+vW;
  2. Para qualquer escalar λK e para todo uW tem-se λuW.


Exemplo: Seja F={(x,2x,3x):x}. Provemos que F é um subespaço vetorial.

  1. O subconjunto F é não-vazio, uma vez que o vetor nulo pertence a F. F, pois 0=(0,0,0)=(0,2.0,3.0)
  2. O subconjunto F é fechado em relação à soma. Considere os vetores u e v abaixo: u=(x1,2x1,3x1)      v=(x2,2x2,3x2)A soma desses dois vetores resulta no vetoru+v=(x1+x2, 2x1+2x2, 3x1+3x2)O vetor resultante da soma de u e v ainda se encontra presente em F, pois a segunda coordenada continua sendo o dobro da primeira e a terceira coordenada, o triplo da primeira.
  3. O subconjunto F é fechado em relação à multiplicação por escalar. Considere novamente o vetor u abaixo: u=(x1,2x1,3x1)A multiplicação de u por um escalar α resultará em: α.u=(α.x1,α.2x1,α.3x1)O vetor resultante dessa multiplicação ainda se encontra presente no subespaço F, pois a segunda coordenada continua sendo o dobro da primeira e a terceira coordenada, o triplo da primeira.

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Combinação linear

Definições

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Note-se que, pela definição, nem os λ nem os v precisam ser distintos.

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Deve-se notar que a condição u = 0 é importante para o caso em que S seja o conjunto vazio. Equivalentemente, seria possível definir a soma de zero vetores como o vetor nulo (isto é semelhante à definição do fatorial de 0, igual ao produto de zero fatores, ou seja, é o elemento neutro multiplicativo, 1).

Propriedades

  • Todo elemento x de S é uma combinação linear de elementos de S. Basta escolher n = 1, v1 = x e λ = 1, de forma que x = λ v1
  • Se x é uma combinação linear de elementos de S, e λ é um escalar, então λ x também é uma combinação linear de elementos de S. Prova: x = 0 (neste caso, λ x = 0) ou x=λ1v1+λnvn. Então λx=(λλ1)v1+(λλn)vn).
  • Se x e y são combinações lineares de elementos de S, então x + y também é. A prova é um pouco mais complicada, e será feita com cuidado
    • Caso x ou y sejam 0, é imediato que x + y, sendo igual a x ou y, é uma combinação linear de elementos de S.
    • No caso geral, x=λ1v1++λnvn e y=μ1w1++μmwm. Então definindo
      η1=λ1,ηn=λn,ηn+1=μ1,ηn+m=μm e
      u1=v1,un=vn,un+1=w1,un+m=wm, temos que
      x+y=η1u1++ηn+mun+m
  • Os últimos resultados mostram que o conjunto formado por todas as combinações lineares de elementos de S é um espaço vetorial - o capítulo seguinte estudará este espaço

Dependência e Independência linear

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Quando temos um número finito de vetores v1,,vn, é comum dizer que os vetores v1,,vn são linearmente dependentes (ou independentes), em vez de dizer que o conjunto S={v1,,vn} é linearmente dependente (ou independente).

Propriedades

  • Pela definição, o conjunto vazio é linearmente independente.
  • Todo conjunto que contém o vetor nulo é linearmente dependente.
  • Todo conjunto que tem um subconjunto linearmente dependente é linearmente dependente.
  • Todo subconjunto de um conjunto linearmente independente é linearmente independente.
  • Se um vetor de um conjunto é combinação linear de outros vetores desse conjunto, então o conjunto é linearmente dependente.
  • A interseção de dois conjuntos linearmente independentes é linearmente independente - podendo ser o conjunto vazio.
  • A interseção de um número qualquer de conjuntos linearmente independentes é linearmente independente.
  • A união de conjuntos linearmente independentes, normalmente, não será linearmente independente. Porém quando um conjunto é subconjunto de outro, a sua união (sendo igual ao maior conjunto) é linearmente independente. Uma extensão não-trivial desta propriedade é a seguinte: seja K um conjunto formado por conjuntos linearmente independentes, de modo que dados quaisquer dois elementos de K, um deles é subconjunto do outro. Então a união de todos os elementos de K também é linearmente independente.

Espaço gerado

Definição

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Exemplos

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  • Em qualquer espaço vetorial V, o espaço vetorial gerado pelo conjunto vazio é o subespaço vetorial { 0 }. Analogamente, o espaço vetorial gerado pelo conjunto V é o próprio V
  • Em 2, o espaço vetorial gerado por um vetor não-nulo é uma reta que passa pela origem
  • Em 3, o espaço vetorial gerado por um vetor não-nulo também é uma reta que passa pela origem
  • Em 2, o espaço vetorial gerado por dois vetores não-nulos, em que um deles não é múltiplo do outro, é todo o 2
  • Em 3, o espaço vetorial gerado por dois vetores não-nulos, em que um deles não é múltiplo do outro, é um plano que passa pela origem

Definição através de conjuntos

Seja S um conjunto de vetores de V. Pode-se perguntar qual é o menor subespaço vetorial de V que contém S. Para ser mais preciso, temos o seguinte:

  • V é um subespaço vetorial de V que contém S
  • A interseção de subespaços vetoriais de V que contém S também é um subespaço vetorial de V

Ou seja, seja K o conjunto (não vazio, porque VK) definido por:

  • K={WV | (W subespaco vetorial de V)SW}

e seja S¯ definido por:

  • S¯=XKX

Teorema

Nas condições definidas acima, S¯ é o subespaço vetorial gerado por S.

Bases

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Seja V um espaço vetorial e B uma base de V. Suponha que um vetor vV seja escrito como combinação linear de vetores de B de duas formas diferentes: v=λ1u1++λnun=μ1w1++μmwm. O que pode ser dito a respeito dos λ e μ? O que pode ser dito a respeito dos ui e wj? A resposta é que, de certa maneira, eles são únicos.

Coordenadas

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Ver também

Wikipédia

en:Linear Algebra/Vector Spaces es:Álgebra Lineal/Espacios Vectoriales fr:Algèbre linéaire/Espace Vectoriel

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