Curso de termodinâmica/Aplicação aos gases perfeitos: diferenças entre revisões

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Edição atual desde as 03h44min de 12 de junho de 2021

Primeira lei da da termodinâmica
Primeira lei
Trabalho
Entalpia
C.calorífica
G. perfeitos
Termoquímica
Metabolismo

Ao invés dos líquidos e dos sólidos, o volume dos gases varia muito sob o efeito de uma mudança de pressão. Por esta razão utilizamos gases para ilustrar as leis da termodinâmica.

Também, máquinas desenvolvidas durante a revolução industrial usavam movimentos de gases e transformações trabalho-calor em sistemas gasosos (numa locomotiva a vapor por exemplo) que o estudo da termodinâmica permitiu de entender e controlar.


Experiência de Joule

Deixando um gás se descomprimindo num recipiente vazio, não observamos, na maioria dos casos, mudança de temperatura. O trabalho executado é nulo, visto que a descompressão se faz contra uma pressão externa nula (o segundo recipiente é vazio). Como não observamos nenhuma mudança de temperatura do banho , a expansão se faz sem modificação da energia térmica do sistema. Em conseqüência, a energia do gás não muda durante uma descompressão. Numerosas medições mostraram que é verdade nas condições onde o gás obedece também à lei dos gases perfeitos. Como E não muda quando P ou V mudam, esta experiência mostra que:


a energia de um gás perfeito depende só da temperatura.


ΔEga´sperfeito=0       durante qualquer processo isotermo



Matematicamente, o resultado de Joule se escreve:

(EV)T=(EP)T=0


A diferencial total exata


dE=(EV)TdV+(ET)VdT


fica:


dE=(ET)TdV=CvdT


No tocante da energia, podemos escrever:


(HP)T=((E+PV)P)T=(EP)T+((PV)P)T



(HV)T=((E+PV)V)T=(EV)T+((PV)V)T


Porém, o produto PV e energia E são ambos constantes para um gás perfeito mantido a temperatura constante. Então:


(HV)T=(HP)T=0      (gás perfeito)


e, da mesma maneira:


dH=(HT)P=CpdT    (gás perfeito)


Em resumo , para um gás perfeito:   ΔE=T1T2CVdTeΔH=T1T2CPdT   qualquer seja o processo (mesmo se V e P não são constantes).


A relação entre CP e CV:

  • para qualquer gás:


CPCV=[P+(EV)T](VT)P


  • para um gás perfeito:


CpCV=P(VT)P



CPCV=P[(nRTP)dT]P=P(nRP)=nR


onde CP e CV representam a capacidade calorífica do sistema.


Se anotamos CP¯ e CV¯ a capacidade por mol dos gases,

CP¯CV¯=R    (gás perfeito)


Dilatação reversível e isoterma de um gás perfeito

PV e ΔE são constantes. A primeira lei se escreve: q + w = 0. A pressão externa aplicada é igual à pressão de equilíbrio do gás.


w=PextdV=PdV=nRTVdV=nRTdVV=nRTln(V2V1)


q=w=nRTln(V2V1)=nRTln(P1P2)


Dilatação reversível e adiabática de um gás perfeito

Como não há nenhuma troca de calor com o meio ambiente (q = 0), a primeira lei se escreve:


dE=dW=PdV


Porém, para qualquer processo com um gás perfeito, temos:


dE=CVdT


Em conseqüência:


CVdT=PdV


que fica, para um processo reversível:


nC¯VdT=nRTVdV


Integrando entre o estado inicial 1 e o estado final 2:


C¯VRdTT=dVVsejaC¯VRln(T2T1)=ln(V1V2)


ln(T2T1)C¯VR=ln(V1V2)ouV1T1C¯VR=V2T2C¯VR


definindo:


γ=CPCV=C¯PC¯V


e sabendo que, para um gás perfeito,:C¯PC¯V=Robtemos:P1V1γ1=P2V2γ1

As relações em cima mostram que a dilatação adiabática reversível de um gás perfeito provoca o resfriamento do gás. Por exemplo, num diagrama P(V): ou ainda num diagramo a três dimensões P(V,T):


Dilatação politrópica

Para que a dilatação seja isotérmica, é preciso que o processo ocorra muito devagar, de forma que as moléculas do gás tenham tempo para trocar energia entre si e com o exterior de forma a manter a temperatura interna constante; para que a dilatação seja adiabática, é preciso, ao contrário, que ela ocorra muito depressa, de forma que a troca de energia com o exterior seja desprezível. Na prática, a maioria dos processos ocorre numa velocidade intermediária, não se encaixando perfeitamente nem em um caso nem no outro caso. Esses processos são chamados de politrópicos.

A dilatação politrópica é governada pela expressão

P1V1k1=P2V2k1


com 1 < k < γ.


Relação entre Delta H e Delta E - caso das reações químicas isotermas com gases perfeitos

A relação entre a mudança de entalpia ΔH e a mudança de energia ΔE de um sistema durante um processo qualquer se escreve:

ΔH=Δ(E+PV)=(E2PV)(E1+P1V1)=ΔE+Δ(PV)

que fica, para um sistema constituído de gases perfeitos:

ΔH=ΔE+Δ(nRT)

Para um processo isotermo com mudança do número de mols de gás no sistema (T = constante; n0), uma reação química isoterma entre gases perfeitos por exemplo, a relação entre H e E fica:

ΔH=ΔE+RT(Δn)

Se a reação química entre gases perfeitos é conduzida á temperatura e pressão constantes, a mudança de entalpia do sistema HP é igual ao calor QP. Se esta reação química entre gases perfeitos é conduzida a temperatura e volume constantes, é a mudança de energia do sistema ΔEV que é igual ao calor QV e

ΔHP=ΔHV=QPe ΔEv=ΔEP=QV


Estas expressões poderão também ser utilizadas, em primeira aproximação, quando na reação química temos não só gases perfeitos mas também sólidos e líquidos. Em efeito, estes últimos recebem variações de volume que são negligenciáveis em relação à mudança de volume de gás. Poderemos então negligenciar a contribuição dos líquidos e sólidos sobre o termo PV:

ΔHΔE+(Δng)RT


onde Δng representa a mudança do número de mols de gás durante a reação.

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