Teoria dos conjuntos/Funções e relações

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Já vimos em um capítulo anterior ([[../Explorando os axiomas da extensão, separação, par e união/]]) como definir funções e relações.

Recapitulando, e atualizando com os novos conceitos:

  • um conjunto G é o gráfico de uma relação quando todo elemento de G é um par ordenado
  • uma relação de um conjunto A para um conjunto B é representada por ((A, B), G), em que GA×B.
  • uma função é uma relação que satisfaz determinados axiomas adicionais, de forma que faz sentido escrever f(x), ou seja, para todo xA, f(x) existe e é único.

Funções

Sejam A e B dois conjuntos quaisquer. Uma correspondência que associe a todo elemento pertencente a A um e apenas um elemento y do conjunto B. Essa correspondência entre os elementos de A e os elementos de B recebe o nome de "aplicação de A em B". Diz-se também "função" como sinônimo para aplicação.

Para dizer que f é uma função de A em B, escreve-se:
f:ABxf(x)
Ou simplesmente f: AB.

A letra x, que representa um elemento qualquer de A, chama-se "variável" e o elemento correspondente f(x) chama-se "valor de f em x ou imagem de x por f".

Definindo funções

Um cuidado que se deve ter, em um texto rigoroso, é na hora de definirmos funções.

O leitor deve estar familiarizado com os paradoxos numéricos que são gerados ao se usar expressões como . e log, sem tomar cuidado com o domínio destas funções. Como exemplo, temos seguinte prova de que 1 = -1: x2=x, logo (1)2=1, etc.

Em Teoria dos conjuntos não é diferente; definindo-se funções de forma descuidada também é possível gerar paradoxos.

A formas de se definir uma função são:

Pelo seu gráfico

Em que o gráfico, aqui, é o conjunto dos pontos (x, y) em que y = f(x). O cuidado que se deve tomar é:

  • o domínio deve ser formado pelos x (e apenas por eles) que aparecem nos pontos (x, y) do gráfico
  • se (x, y1) e (x, y2) pertencem ao gráfico, então y1 = y2.
  • o contra-domínio deve ser a imagem ou um superconjunto da imagem

Exemplo: seja G = {(1, 2), (3, 4), (5, 2)}. Uma função definida por este gráfico poderia ser f:{1,3,5}{2,3,4}, em que f(1) = f(5) = 2 e f(3) = 4.

Por uma fórmula ou expressão

Esta definição é consequência do [[../Axioma da substituição/]]. Se φ(x) for uma expressão (escrita através de símbolos já definidos) que sempre está definida para valores de um conjunto X, então existe uma (única) função sobrejetiva f:Xf(X) em que f(x)=ϕ(x).

Muitas vezes φ(x) está definida implicitamente, através de uma fórmula Φ(x, y) que se comporta analogamente ao gráfico de uma função. Nestes casos, é preciso mostrar que para todo xX, a fórmula Φ(x, y) é satisfeita por um, e apenas um, y.

Exemplo: sejam X e a conjuntos. Então existe uma única função sobrejetiva f:Xf(X) em que f(x)=xA.

Por propriedades das funções

Definições por composição de funções, por inversão de funções bijetivas, etc.

Por casos particulares, usando funções já definidas

Este é o caso em que aparecem expressões da forma:

h(x)={f(x)se xA,g(x)se xB.

Obviamente, temos que f:AC e g:BC são funções anteriormente definidas (ou expressões bem definidas), e AB=.

Através do Axioma da Escolha

O [[../Axioma da escolha/]] diz que existe uma função escolha em todo conjunto que não tem o conjunto vazio como seu elemento. Quando necessário, podemos invocar o axioma e dizer que tal função existe.

Este axioma é controverso porque, ao contrário dos demais axiomas, ele não dá a menor ideia de como esta função possa ser construída. Predefinição:AutoCat