Matemática elementar/Função módulo

Fonte: testwiki
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A função módulo, também conhecida como função do valor absoluto, é aquela que associa a cada número real, a sua distância até a origem. Desta forma, a imagem dessa função normalmente é composta por valores positivos, pois uma distância jamais pode ser negativa. Veja os seguintes problemas em que é aplicada esta função:

Predefinição:Ênfase

Predefinição:Ênfase

Definição

O símbolo do módulo é | |. Quando um número apresenta-se entre estas riscas, dizemos que o seu módulo é o valor do número, sempre com sinal positivo. Assim:

  • |5| = 5
  • |-5| = 5
  • |x| = x
  • |-x| = x

Podem aparecer coeficientes na equação modular, o que pode fazer, em alguns casos, o resultado da equação ser negativo:

  • -|4| = -4
  • |-2| - 5 = -3

Pode-se trocar o sinal de todos os coeficientes do módulo:

  • |-y| + 1 = |y| + 1
  • |-2x + 3| = |2x - 3|
  • |x2 - 2x + 1| = |-x2 + 2x - 1|

Também, é indiferente resolver o módulo, multiplicação positiva ou divisão positiva primeiro:

  • 2|x| = |2x|
  • 3x|2x - 5| = |6x2 - 15x|
Predefinição:Math

Gráfico da função

Ficheiro:Modulo.svg

Consideremos a função f(x) = |x|. Determinaremos o contradomínio:

xy=|x|2211001122


Podemos observar que f(x)= f(-x), assim temos que a função módulo é uma função par, pois a imagem repete à medida que os valores absolutos de x repetem.

Características da função modular de primeiro grau

Consideraremos como expressão geral da função modular de primeiro grau:

f(x)=|ax+b|+cx+d

Determinaremos como ponto P aquele onde a reta inverte o sentido. As coordenadas deste não são somente determinadas pelos coeficientes lineares b e d, mas também pelos angulares a e c:

Px=ba
Py=cPx+d

Quanto aos coeficientes angulares a e c, podemos dizer que:

tanα=|a|c
tanβ=|a|+c
Os quadrantes de um plano cartesiano.

Sendo α e β os ângulos que cada segmento a partir do ponto P forma com o eixo das abcissas (α, o segmento à esquerda de P e β à direita). Quanto aos valores de α temos as seguintes conclusões:

  • Se α < 0, o segmento direciona-se ao quadrante III;
  • Se α > 0, o segmento direciona-se ao quadrante II;
  • Se α = 0, o segmento direciona-se ao quadrante III (caso P esteja no III ou IV) ou ao II (caso P esteja em I ou no II quadrante). Se P pertencer ao eixo das abcissas, o segmento permanece no eixo das abcissas.

Quanto a β:

  • Se β < 0, o segmento direciona-se ao quadrante IV;
  • Se β > 0, o segmento direciona-se ao quadrante I;
  • Se β = 0, o segmento direciona-se ao quadrante IV (caso P esteja no III ou IV) ou ao I (caso P esteja em I ou no II quadrante). Se P pertencer ao eixo das abcissas, o segmento permanece no eixo das abcissas.

Podemos, também, analisar separadamente cada segmento. Para isso, deve-se utilizar -α.

Ainda pode ocorrer de haver sinal negativo anterior ao módulo. Neste caso, ocorre a reflexão da função no gráfico.

Soma de funções modulares de primeiro grau

Quando ocorre a soma de duas funções modulares, é possível haver mais de dois segmentos no gráfico. Nestes casos, teremos como expressão geral

g(x)=|ax+b|+|cx+d|+ex+f

Tenha como exemplo a função g(x) = |x + 1| - |x|:

xg(x)y2|2+1||2|11|1+1||1|10|0+1||0|11|1+1||1|12|2+1||2|1

Note que esta apresenta três segmentos de reta:

  • Quando x ≤ -1, y = -1;
  • Quando -1 < x < 0, y = 2x + 1;
  • Quando x ≥ 0, y = 1.

Resolução dos problemas

Você viu no início desta página dois problemas que envolvem a função módulo. A resolução destes problemas pode ser visualizada abaixo: Predefinição:Ênfase

Quando a luz atravessa uma superfície, esta tem sua trajetória desviada, tendo um traçado equivalente ao de uma função modular.

O primeiro problema é uma questão de ótica em que deve ser aplicada a Lei de Snell, que nos diz:

n1sinA=n2sinB

Onde n são os coeficientes de refração, e sin corresponde ao seno entre a trajetória do raio luminoso e a reta normal.

A equação |x| - 3x - 2y = 0, primeiramente, deve ser convertida para f(x) = |ax + b| + cx + d. Ela fica da seguinte forma:

f(x)=|x|3x2

Agora, calcularemos os ângulos dos segmentos que formam o gráfico da função:

tanα=|12|32tanα=2α=arctan2
tanβ=|12|+32tanβ=1β=45

Descobertos os ângulos entre o eixo das abcissas e os segmentos, resta descobrir entre os segmentos e a reta normal:

90α=90arctan2
90β=9045=45

A Lei de Snell pode ser aplicada:

1sin(90arctan2)=nsin45

Então:

n=sin(90arctan2)sin45=0,63

Conclui-se que o coeficiente de refração da superfície é igual a 0,63.

Predefinição:Ênfase

O primeiro passo é analisar o melhor trajeto para que a bola amarela seja encaçapada pela bola preta. Observe que se a bola preta for tacada com o ângulo correto na borda inferior da imagem (y = -3), o desafio de Pedro é facilmente concluído.

Para tanto, calculemos o segmento de reta que passa tanto pela bola amarela (7;1) e a caçapa (9;3):

{7a+b=19a+b=3{b=17a2a=2a=1{a=1b=6f(x)=x6

Descubramos o ponto P em que a bola bate na borda inferior, substituindo y = -3 na função f(x) = x - 6:

f(x)=33=x6x=3
P=(3;3)

Calcularemos, então, a reta que liga a bola (origem) ao ponto (3;-3):

{0+b=03a+b=3{b=03a+0=3{b=0a=1f(x)=x

Os ângulos dos dois segmentos de reta são dados pela tangente de seus coeficientes angulares, trocando-se o sinal de α:

α=tan1=45=|a|c
β=tan1=45=|a|+c

Através de um sistema de equações, podemos descobrir os coeficientes angulares:

{|a|c=1|a|+c=1{|a|=1c=0

Agora podemos descobrir os coeficientes lineares através de P. para isso, optaremos para a = 1:

Px=b1=3
Py=3×0+d=3

Assim, b = -3 e d = -3.

Portanto:

f(x)=|1x3|+0x3

Que simplificada:

f(x)=|x3|3

Predefinição:AutoCat