Análise real/Enumerabilidade

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Conjuntos enumeráveis

Intuitivamente, um conjunto A é enumerável quando é possível construir uma lista com todos os elementos de A.
Mais formalmente falando, A é enumerável se existir uma bijeção (relação um para um) entre A e o conjunto dos números naturais N (chamam-se de conjuntos de mesma cardinalidade quando existe uma bijeção entre os conjuntos; também diz-se que estes conjuntos são equipotentes).
Um Conjunto A é enumerável se uma função f bijetiva aos naturais ou ao conjunto In, isto é, fbij:TS onde T= ou T=In={1,2,...,n}, de forma que T.
Dizemos que um conjunto A é enumerável se ele é vazio ou se existe uma função injetiva f:A. Caso contrário dizemos que A é não-enumerável.

Teo enu.1: Todo conjunto finito é enumerável

Seja X={x1,x2,...,xn} um conjunto finito. Seja f:InX uma bijeção, onde f(i)=xi,i=1,...,n. Logo f é bijetiva. Portanto X é enumerável.

O conjunto dos naturais é enumerável

Seja ={1,2,...} o conjunto dos números naturais. Seja f: uma bijeção, onde f(i)=i,i=1,2,.... Logo f é bijetiva(é fácil mostrar a bijetividade). Portanto é enumerável.

O conjunto dos pares naturais é enumerável

Seja 2={2,4,...} o conjunto dos números pares naturais. Seja f:2 uma bijeção, onde f(i)=2i,i=1,2,.... Logo f é bijetiva(é fácil mostrar a bijetividade). Portanto 2 é enumerável.

O conjunto dos impares naturais é enumerável

Seja 21={1,3,...} o conjunto dos números impares naturais. Seja f:21 uma bijeção, onde f(i)=2i1,i=1,2,.... Logo f é bijetiva(é fácil mostrar a bijetividade). Portanto 21 é enumerável.

O conjunto dos inteiros é enumerável

Seja f: uma bijeção, onde f(n)={2n,sen012n,sen<0. Logo f é bijetiva(é fácil mostrar a bijetividade). Portanto é enumerável.

O conjunto dos racionais é enumerável

É possível provar que os seguintes conjuntos são enumeráveis:

  • o conjunto dos números racionais
  • o conjunto dos números algébricos

Teo enu.2: Todo conjunto infinito possui um subconjunto enumerável

Teo enu.3: Todo subconjunto de um conjunto enumerável é enumerável

Ou se dado Y enumerável e f:XY injetiva, então X é enumerável

Prova: Dado Y enumerável.
  • Se Y é finito, qualquer subconjunto X de Y é finito também, logo X é enumerável.
  • Mas se Y é infinito, logo Y possui um subconjunto X enumerável.
Prova2: Dado X um subconjunto de Y enumerável. Tome f:XY de forma que f seja injetiva.
  • Assim, se Y é finito, logo X é finito, então dado g:XIn(onde n é a cardinalidade de X). Implica que X é enumerável. se Y é finito, dado x1,x2X pela injetividade, f(x1)=f(x2)f(X)

=

Além disso, é possível provar que e 2 tem a mesma cardinalidade; uma conjectura interessante neste ponto seria mostrar que todo conjunto infinito é enumerável. Esta conjectura, porém, é falsa.

{ab{}a3X

Conjuntos não-enumeráveis

Cantor mostrou que o conjunto dos números reais tem mais elementos que o conjunto dos números naturais, no sentido preciso seguinte: existe uma função injetiva f:, mas não existe uma função bijetiva f:

Assim, o conjunto dos números reais não é enumerável, assim como qualquer conjunto equipotente a ele (o conjunto dos números complexos, o conjunto das funções contínuas f:, o conjunto das sequências de números reais, o conjunto das partes de , etc), ou conjuntos de maior cardinalidade (o conjunto das partes de , o conjunto das funções f:, etc).

Existem várias provas de que não é enumerável; as provas consistem em supor uma sequência de números reais a0,a1,a2,... e exibir um número real x que não está nesta sequência.

Uma das provas utiliza o princípio dos intervalos encaixados, que será visto no capítulo [[../Completude|Completude]]; a demonstração está no capítulo [[../Sequências|Sequências]].

Ver também

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