Cálculo (Volume 3)/Sequências numéricas infinitas

Fonte: testwiki
Revisão em 21h41min de 22 de abril de 2016 por imported>Marcos Antônio Nunes de Moura
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Wikiversidade - Disciplina: Cálculo IV

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Conceitos Iniciais

Uma sequência pode ser entendida como um conjunto de valores enumerados em uma ordem, de forma a estabelecer uma lista. Esta lista é, usualmente, denotada como an, genericamente devido ao fato de que cada elemento pode ser identificado pela posição na lista. Temos, por exemplo, a1,a2,a3,a4,an, como uma representação de uma sequência.

Representação

Para se representar uma sequência, colocam-se os membros entre parênteses, seraparados por vírgulas (quando há números decimais na sequência, usa-se o ponto-e-vírgula). Exemplos:

P.a.(1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,...)

P.g.(1;0,5;0,25;0,125;0,0625;0,03125;0,015625;...)

Vejamos alguns exemplos de sequências, notando que, a princípio, não há uma regra clara para estabelecimento de cada valor que os termos da mesma assumem:

{0,1,0,3,0,5,1,7}

{13,29,327}

{π2,3π2,5π2}

Fórmula do termo geral

Uma progressão aritmética.

Por vezes, uma sequência possui um padrão que permite criar uma fórmula do termo geral. É uma equação fundamental que determina os termos da sequência.

Em uma progressão aritmética, por exemplo, a fórmula do termo geral é:

an=a1+(n1).r


Apesar de não haver uma exigência de que haja uma equação que descreva o comportamento dos elementos de uma sequência, as sequências que mantem uma relação como regra para definição de seus termos são muito úteis para o estudo do comportamento numérico. De modo genérico, podemos dizer que o mais comum é estabelecer uma relação do numero que designa o ítem da sequência e o elemento. Por exemplo, podemos ter:

an=n(n+1)2

Esta sequência nos fornece para cada termo a somatória dos números inteiros até o nésimo elemento da sequência. A função sequência tem um gráfico onde os valores são apresentados como pontos cuja magnitude é expressa em y e o número do indice da sequência é expresso em x, vejamos o exemplo abaixo:

Podemos observar que os pontos representantes das amplitudes fazem com que o aspecto do gráfico de uma sequência seja diferente do conjunto contínuo que nos abituamos a observar em gráficos de funções. Enquanto a função se mantém definida para , a sequência define valores em *.

Observando o gráfico da sequência, vemos que a medida que os números índice crescem as amplitudes se aproximam de um valor fixo em "y". Esta característica torna-se bastante útil para análise de tendências. Por este motivo vamos analisar estas sequências com maior atenção.

Formalmente

Definição: Uma seqüência (em Portugal diz-se sucessão) é uma função onde o domínio é +* e cuja imagem é ou . f:+*

É uma lista de elementos, ou seja, um conjunto ordenado de maneira que cada elemento fica naturalmente seqüenciado. Uma seqüência é uma função com domínio igual ao conjunto dos números inteiros positivos (ou, o que é o mesmo, o conjunto dos números naturais não-nulos).

A seqüência dos inteiros positivos é: 1, 2, 3, ..., n - 1, n, n + 1, ... Cada número é um termo, com n sendo o enésimo termo. Denota-se a seqüência por: {an}; assim sendo, na lista de inteiros positivos acima, a1 é 1, a317 é 317, e an é n.

A seqüência também é indicada por: a0, a1, a2, ..., an, ... Os termos da seqüência fazem parte de um conjunto comumente indicado por S; Eles são uma seqüência em S.

Uma seqüência pode ter um número finito ou infinito de termos; portanto, pode ser uma seqüência finita ou uma seqüência infinita. Obviamente, é impossível enumerar ou explicitar todos os termos de uma seqüência infinita. seqüências infinitas são dadas listando-se seus primeiros termos e colocando um sinal de reticências donde, com costumeira sorte, se depreende a regra formadora do restante da seqüência.

Formalmente, uma seqüência pode ser definida como uma função de (o conjunto dos números naturais) em S.

Se S for o conjunto dos inteiros, então trata-se de uma seqüência inteira. Se for um conjunto de polinômios, então é uma seqüência polinomial.

Uma subseqüência de uma seqüência S é formada removendo-se alguns elementos de S sem mudar a posição relativa dos elementos restantes.

Alternativamente, pode-se definir uma seqüência de modo recursivo. Consiste em se definir alguns termos iniciais e, a partir daí, atribui-se uma regra que a cada novo termo depende de um ou mais termos antecedentes. Talvez o exemplo mais famoso seja o da seqüência de Fibonacci.

A soma de uma seqüência é chamada de série matemática. Por exemplo:

1+12+14+18+116++12n1=2n12n1

Notações:

  1 (a1,a2,,an,)
  2 a1,a2,a3,
  3 f(n)=f(1),f(2),f(3),,f(n),
  4 f(n)=anan=a1,a2,,an,

OBS.: Utilizaremos mais a notação 4

OBS.: Estudaremos apenas seqüências que obedecem a uma lei de formação


Evolução

As sequências evoluem, dependendo do seu número sequencial n, de diversas formas. Esta evolução pode ser classificada quando a equação da sequência é conhecida. Podemos, nestes casos, verificar se a evolução da fórmula leva a números em ordem crescente ou decrescente em um intervalo ou durante sua evolução completa, do primeiro elemento ao infinito.

Uma sequência é classificada como crescente quando, para cada n, temos an<an+1 e decrescente quando an>an+1. Este comportamento pode ser encontrado em um trecho em particular da evolução, delimitado por dois valores de n, ou em toda a evolução. Sob este contexto, uma sequência crescente ou decrescente pode ser chamada de monotônica quando apresenta apenas um dos comportamentos.

Vamos analisar a evolução da sequência: an=n+15n2

a1=1+15(1)2=23

a2=2+15(2)2=38

a3=3+15(3)2=412=13

a4=4+15(4)2=518

a5=5+15(5)2=623

ou seja, temos:

an={23,38,13,518,623,}

Portanto, a sequência aparentemente indefinível algebricamente por uma expressão em função do índice, se mostra redutível a uma equação. Estas séries redutíveis a equações nos fornecem informações muito úteis, nos permitindo encontrar relações e regras que podemos usar na síntese de equações.

Limites no infinito

Temos sequências que se aproximam de valores quando n tende a aumentar indefinidamente, ou seja, quando o valor desta variável tende a infinito. Este comportamento é similar ao encontrado quando analisamos funções que tendem a valores quando levadas ao infinito. A única diferença entre funções e sequências, quando analisadas sob este aspecto, é o fato das sequências exigirem valores inteiros das variáveis, enquanto que funções admitem valores reais para as mesmas.

Uma vez que temos a evolução de valores de sequências similares a valores de funções, é plausível concluir que limites em valores estritamente limitados a números inteiros possam levar a análise de limites de forma semelhante. Então vejamos como esta análise pode ser conduzida:

Conforme fizemos o estudo de limites no infinito no Volume 1, temos N como um número tomado sob a abscissa inteira, ou seja, um número inteiro. Uma vez que tomamos este número, façamos a sequência an evoluir a números maiores e observamos que estes se aproximam de um valor M, quanto mais alto seja N mais proximo de M a sequência an se estabelece:

an>M sempre que n>N

Desta forma, os valores tomados para a sequência são inteiros e o número M tem a única obrigação de estar definido para um valor N. Portanto, podemos arbitrar valores cada vez maiores para M dentro do limite estabelecido. Neste intervalo, qualquer valor de N inteiro leva a valores que se aproximam de M por parte de an.

O fato de ser possível encontrar este limite nos reporta a informação de convergência, ou seja dizemos que uma sequência converge quando é possível encontar um limite no infinito, caso contrário dizemos que a sequência diverge. Portanto, podemos classificar as sequências como convergentes ou divergentes de acordo com a existência do limite no infinito ou sua inexistência.

Limite de uma sequência

Definição: Dada uma seqüência an, dizemos que o número L é o limite de an para n+ se, ε > 0, N tal que nN|anL| < ϵ.

Definição: Se a seqüência an tem limite L, dizemos que ela é convergente e que converge a L. Caso contrário, dizemos que ela diverge.


Encontremos o limite quanto n tende a infinito, para a sequênca do exemplo acima:

limnan=limnn+15n2:

limnan=limn1+1n52n

limnan=15

Desta forma o resultado acima nos fornece a certeza de que podemos arbitrar valores para a variável de forma a conseguir a precisão que queiramos para a sequência e que sempre teremos valores mais próximos deste limite a medida que o valor da variável aumenta.

Propriedades de sequências

Sejam {an},{bn} duas seqüências convergentes, isto é, limnan=A e limnbn=B. Então:

  • limn(an±bn)=A+B
  • limnk(an)=kA
  • limn(anbn)=AB
  • limnanbn=AB,B0


Subsequências

Definição: Dada uma seqüência f:+*, as restrições de f a subconjuntos de +* serão denominadas subseqüências de f.

Teorema: Se limnan=L, então toda subseqüência de {an} converge para o mesmo limite L.

Teorema: Dada a seqüência {an}, se as subseqüências de ordem par e as subseqüências de ordem ímpar convergem para o mesmo valor L, então {an} converge também para L.

Definição: Dada uma seqüência an, temos que:

  • l é chamada de cota inferior se lan,n
  • L é chamada de cota superior se Lan,n
  • an é dita limitada se possui cota inferior e cota superior

Observações:

  • Se {an} é uma seqüência crescente (a1a2a3), então a1 é uma cota inferior
  • Se {an} é uma seqüência decrescente (a1a2a3), então a1 é uma cota superior
  • Se {an} é uma seqüência decrescente e seus termos são positivos (an > 0), então an é limitada, 0ana1

Teorema: Toda seqüência monótona e limitada é convergente.

Sequências monótonas e limitadas

Definição: Seja {an} uma seqüência monótona:

  • crescente, se anan+1
  • decrescentes, se anan+1


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