Mecânica dos fluidos/Equações básicas da estática dos fluidos

Fonte: testwiki
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Fluidos estáticos

Predefinição:Wikipedia Um fluido pode ser considerado estático quando não está sujeito a nenhuma força de cisalhamento; isso acontece em duas situações:

  • quando o fluido está parado
  • quando o fluido está em movimento mas seu comportamento pode ser aproximado pelo de um corpo rígido

Nesse caso, as únicas forças a serem consideradas são a pressão externa P aplicada e o peso do próprio líquido. A análise usa geralmente o enfoque Lagrangeano. Os eixos coordenados são escolhidos de modo que o fluido esteja estacionário em relação a eles, e o eixo Z seja vertical e orientado para cima. Deformações nos elementos de volume podem ser desprezadas.

A equação básica da estática dos fluidos é a lei de Stevin


dpdz=ρg


Ela deve ser integrada e condições de contorno aplicadas de forma a obter-se o campo de pressões no fluido. Por convenção, a pressão p é positiva quando orientada na direção do elemento de volume (ou seja, representando uma força de compressão).

Fluidos incompressíveis

Em um fluido incompressível, ρ é constante. Considerando a gravidade constante, a integração da equação resulta em


p=p0+ρg(z0z)


p=p0+ρg(z0z)


onde p0 é a pressão em z=z0.

Líquidos

Nas aplicações práticas, quando se trata de um líquido, fazem-se três escolhas de forma a simplificar os cálculos:

  • z0 fica localizado num ponto que esteja à pressão atmosférica
  • inverte-se o sentido do eixo Z, de maneira a apontar para baixo
  • trabalha-se com pressões manométricas, em lugar de pressões absolutas

Dessa forma, para evitar confusões, a variável z é substituída pela variável h. A expressão básica se torna então:


p=ρgh


Em problemas envolvendo circuitos de tubulações, com trechos de profundidade hi preenchidos por líquidos diversos de densidade ρi, a pressão pode ser calculada através da equação


p=gΣρihi

Fluidos compressíveis

Para esse tipo de fluido, ρ não pode ser considerado constante. Antes de integrar a a equação básica é preciso, portanto, expressar como a densidade varia. Para os gases, um dos meios usado é a equação de estado, geralmente a equação de estado do gás ideal


ρ=pRT


O uso de equaçãoes de estado requer a introdução de uma nova variável no problema, geralmente a temperatura. Ou seja, é preciso expressar T em função de outra variável (pressão, profundidade, altitude, etc.)

Atmosfera

No caso especial de problemas que envolvem a atmosfera terrestre, quatro enfoques diferentes são comumente usados:

  • considerar a densidade constante (ρ=ρ0=p0RT0)

Então


dpdz=ρg=ρ0g


dp=ρ0gdz


pp0=ρ0g(zz0)


p=p0ρ0g(zz0)


p=p0p0RT0g(zz0)


p=p0[1g(zz0)RT0]


A temperatura é dada então por


T=pρ0R=p0[1g(zz0)RT0]p0RT0R


T=T0g(zz0)R


  • considerar a temperatura constante (T=T0)

Então


dpdz=ρg=pRTg


dpp=gRT0dz


p=p0e[g(zz0)RT0]


  • considerar a temperatura variando linearmente com a altitude (T=T0m(zz0))

Então


dpdz=ρg=pRTg=pgR(T0m(zz0))


dpp=gmRdz(T0m+z0)z


lnplnp0=gmR[ln(T0m+z0z)ln(T0m+z0z0)]


pp0=(T0m+z0zT0m)gmR


p=p0(T0m(zz0)T0)gmR


p=p0(TT0)gmR


Observe-se que, quando m=gR, cairemos no caso da densidade constante, analisado anteriormente.

  • considerar a atmosfera um sistema adiabático (δq=ΔS=0)

Essa hipótese é razoável, uma vez que o ar é um mau condutor de calor. Assim, quando um elemento de volume sofre convecção, movendo-se para cima, expandindo-se, resfriando-se, movendo-se para baixo, contraindo-se, aquecendo-se e movendo-se para cima novamente, ele permanece o tempo todo em equilíbrio termodinâmico. O processo é, então, reversível, e pode-se aplicar a relação termodinâmica da dilatação adiabática do gás ideal


pVγ=constantepργ=kρ=(pk)1γ


Assim:


p=ρRT=(pk)1γRT


pγ1γ=k1γRT


pγ1γp0γ1γ=k1γRTk1γRT0


(pp0)γ1γ=TT0


p=p0(TT0)γγ1


Exercícios resolvidos


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