Cálculo (Volume 1)/Análise de funções elementares (2)

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Wikiversidade - Disciplina: Cálculo I

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Trigonométricas II

Esta seção é a continuação do estudo trigonométrico, iniciado no capítulo anterior, que foi criada após o aumento progressivo do conteúdo.

Tangente e secante

Quando definimos o seno e o cosseno fizemos a referência a seu significado no ciclo trigonométrico, da mesma forma introduziremos a tangente neste momento. Como já vimos anteriormente a derivada é uma função que representa a declividade de uma curva, da mesma forma podemos definir a tangente, pois essencialmente, ela representa a declividade do ciclo para cada ângulo em particular, ou seja, se traçarmos uma reta orgononal a cada ponto do ciclo trigonométrico e relacionarmos ao ângulo que forma com o eixo x, teremos retas com declividades iguais às tangentes desses ângulos. Como cada ponto do ciclo é definido por [cos(α), sen(α)] e o valor inicial (Δx) é sempre nulo, temos um valor de declividade tal que:

 tg(x)=ΔyΔx

que é:

 tg(x)= sen(x)cos(x)

Predefinição:Aviso

Desta forma também podemos concluir que a tangente é a representação do cateto oposto ao ângulo quando mantemos o cateto adjacente constante e unitário, cosiderando este ponto de vista, qual seria o valor da hipotenusa?

Para definir h, a hipotenusa, façamos :

h2(x)=12+ tg2(x)

h2(x)=12+ sen2(x)cos2(x)

h2(x)=cos2(x)+ sen2(x)cos2(x)

Da identidade relacional temos:

h2(x)=1cos2(x)

portanto:

h(x)=1cos(x)

Este valor é o que chamamos de secante, que é outra função importante para o estudo trigonométrico, então podemos dizer que:

sec(x)=1cos(x)

Nas próximas seções veremos que a secante mantém íntimas ralações com a tangente.

Identidades (2)

Como definimos as identidades entre seno e cosseno, incluiremos as identidades que incluem tangente e secante nesta seção, todas são algebricamente dedutíveis e intercambiaveis.

I-14 Relacionando tangente e secante

Seja x uma variável que expressa o ângulo em cada ponto do ciclo trigonométrico, entre  tg(x) e sec(x) podemos afirmar que:

1+ tg2(x)=sec2(x)

Conforme visto nos conceitos iniciais logo acima, a relação é conseqüência direta das relações triangulares que definem as funções tangente e secante.

I-15 Tangente da diferença

Sendo a e b dois ângulos no ciclo trigonométrico:

 tg(ab)= tg(a) tg(b)1+ tg(a) tg(b)

Comprovação:

Considerando a definição da tangente temos:

 tg(ab)= sen(ab)cos(ab)

 tg(ab)= sen(a)cos(b) sen(b)cos(a)cos(a)cos(b)+ sen(a) sen(b)

 tg(ab)= sen(a)cos(b)cos(a)cos(b) sen(b)cos(a)cos(a)cos(b)cos(a)cos(b)cos(a)cos(b)+ sen(a) sen(b)cos(a)cos(b)

 tg(ab)= sen(a)cos(a) sen(b)cos(b)1+ sen(a) sen(b)cos(a)cos(b)

 tg(ab)= sen(a)cos(a) sen(b)cos(b)1+ sen(a)cos(a) sen(b)cos(b)

Resultando em:

 tg(ab)= tg(a) tg(b)1+ tg(a) tg(b)

O que comprova a identidade.

I-16 Tangente da soma

 tg(a+b)= tg(a)+ tg(b)1 tg(a) tg(b)

Comprovação:

Admitamos b=b e teremos pela tangente da diferença:

 tg(a(b))= tg(a) tg(b)1+ tg(a) tg(b)

Considerando que a tangente é:

 tg(x)= sen(x)cos(x)

E que o seno é determinante para o sinal enquanto o cosseno não é, concluímos que o sinal da tangente é igual ao da variável, tal qual se comporta o seno, logo:

 tg(a+b)= tg(a)+ tg(b)1 tg(a) tg(b)

O que comprova a identidade.

Derivada da tangente

Seja f(x)= tg(x), uma função contínua em (π2,π2), visto que limxπ2 tg(x), o que nos obriga a excluí-lo do intervalo, podemos verificar que:

f(x)= sen(x)cos(x)

logo, pela [[../Derivadas#T - 9 Razão|derivada da razão]]:

f (x)=cos(x)cos(x) sen(x)[ sen(x)]cos2(x)

f (x)=cos2(x)+ sen2(x)cos2(x)

f (x)=1cos2(x)

Portanto:

f (x)=sec2(x)

Derivada da secante

Seja f(x)=sec(x), uma função contínua em (π2,π2), visto que limxπ2sec(x), o que nos obriga a excluí-lo do intervalo, podemos verificar que:

f(x)=1cos(x)

logo, pela [[../Derivadas#T - 9 Razão|derivada da razão]]:

f (x)=cos(x)(0)1( sen(x))cos2(x)

f (x)= sen(x)cos2(x)

f (x)= sen(x)cos(x)1cos(x)

O que nos revela:

f (x)= tg(x)sec(x)

Integral da tangente

Seja a função f(x)= tg(x), definida contínua no intervalo onde seus valores estão sendo considerados, podemos deduzir que:

F(x)= tg(x)dx

F(x)= sen(x)cos(x)dx

Por outro lado, se:

u=cos(x)

du= sen(x)dx

O que nos possibilita afirmar que:

F(x)=duu

F(x)=ln|cos(x)|

F(x)=ln|1cos(x)|

Portanto:

F(x)=ln|sec(x)|+C

Integral da secante

Seja a função f(x)=sec(x), dizemos que sua integral é a função F(x) e podemos deduzí-la através de substituições algébricas como segue:

F(x)=sec(x)dx

multiplicando e dividindo sec(x)+ tg(x):

F(x)=sec2(x)+sec(x) tg(x)sec(x)+ tg(x)dx

Por outro lado, se:

u=sec(x)+ tg(x),

du=[sec(x) tg(x)+sec2(x)]dx

logo, por substituição, temos:

duu, sendo u=sec(x)+ tg(x), o que nos permite fazer:

F(x)=ln|u|

Portanto:

F(x)=ln|sec(x)+ tg(x)|+C

Cotangente e cossecante

Considerando a semelhança entre as definições das funções trigonométricas até aqui abordadas, observamos que para cada função, curiosamente há uma "co-função", assim como temos um seno e um "co-seno" temos uma tangente e uma "co-tangente". A função cotangente é definida tal qual a analogia adotada antes para seno e cosseno; podemos dizer que as funções estão relacionadas ao eixo y e as "co-funções" estão relacionadas ao eixo x, a imagem de um ponto no ciclo trigonométrico a partir do eixo x é o cosseno do ângulo e o seno é a imagem do mesmo ponto vista pelo eixo y. Para verificar essa relação observe o gráfico:

Figura 8

Se nós fizermos a mesma observação entre tangente e cotangente concluiremos que a tangente é a imagem deste ponto do ciclo trigonométrico no eixo paralelo ao eixo y traçado a partir da coordenada (1,0) e a cotangente é a sua "co-função" que espelha o ponto no eixo paralelo ao eixo x na coordenada (0,1). Segundo o mesmo critério de analogia podemos dizer que a função cossecante é o valor da hipotenusa do triângulo formado entre o raio unitário do ciclo e a cotangente relacionada a um ponto do ciclo, da mesma forma que a secante é o valor da hipotenusa do triângulo formado entre o raio unitário do ciclo e a tangente do mesmo ponto.

Podemos deduzir a fórmula de definição da função cotangente fazendo uma análise de semelhança de triângulos, notamos no ciclo que:

1 cotg(x)= sen(x)cos(x)

O que nos revela:

 cotg(x)=cos(x) sen(x)

Predefinição:Aviso

Da mesma forma podemos verificar uma relação de semelhança de triângulos para determinar a cossecante, vemos que existe a seguinte relação:

1 cosec(x)=cos(x) cotg(x)

1 cosec(x)=cos(x) sen(x)cos(x)

Que define a cossecante como:

 cosec(x)=1 sen(x)


Identidades (3)

Algumas identidades são conseqüentes das definições, apresentamos as mais usuais que poderão ser úteis nos demais capítulos deste livro, as identidades, de modo geral, são altamente intercambiáveis devido a natureza cíclica das funções trigonométricas, no nosso estudo abordamos as mais utilizadas.

Conseqüentes das definições:

 sen(x) cosec(x)=1

cos(x)sec(x)=1

tg(x) cotg(x)=1

Derivada da cotangente

Seja a função f(x)= cotg(x), considerando que:

f(x)=cos(x) sen(x)

Novamente usamos a regra da [[../Derivadas#T - 9 Razão|derivada da razão]]:

f (x)= sen(x)[ sen(x)]cos(x)cos(x) sen2(x)

f (x)= sen2(x)+cos2(x) sen2(x)

f (x)=1 sen2(x)

Portanto:

f (x)= cosec2(x)

Derivada da cossecante

Seja a função f(x)= cosec(x), considerando que:

f(x)=1 sen(x)

Novamente usamos a regra da [[../Derivadas#T - 9 Razão|derivada da razão]]:

f (x)= sen(x)01cos(x) sen2(x)

f (x)=cos(x) sen(x)1 sen(x)

Portanto:

f (x)= cotg(x) cosec(x)

Integral da cotangente

Seja a função f(x)= cotg(x), considerando que:

f(x)=cos(x) sen(x)

Sua integral é:

F(x)= cotg(x)dx

F(x)=cos(x) sen(x)dx

Sendo u= sen(x):

du=cos(x)dx

Logo:

F(x)=duu

E, por substituição:

F(x)=ln| sen(x)|+C

Integral da cossecante

Seja a função f(x)= cosec(x),

Sua integral é:

F(x)= cosec(x)dx

Sendo u= cotg(x) cosec(x):

du=[ cosec2(x)+ cotg(x) cosec(x)]dx

Podemos então multiplicar e dividir u na equação da integral anterior:

F(x)= cosec2(x)+ cotg(x) cosec(x) cotg(x) cosec(x)dx

Logo:

F(x)=duu

E, por substituição:

F(x)=ln| cotg(x) cosec(x)|+C

Inversas das trigonométricas

O conjunto de equações até o momento abordadas nos trazem uma nova questão: Quais as funções que nos permitem encontrar o ângulo a partir do resultado de uma função trigonométrica?

A resposta está nas inversas das funções trigonométricas, também chamamos de arc-funções. Uma arc-função é uma função na qual podemos inserir o valor da função e encontrar o arco que originou este resultado, por isto dizemos que a arcfunc(x) é aquela que retorna o valor do arco cuja função resulta em x.

arcseno e arccosseno

Conforme o anteriormente exposto, temos que encontrar as funções que nos dão o valor do arco que forma um seno x e o arco que forma um cosseno x, para isto cabe uma observação:

  1. O seno e o cosseno podem ser resultado de vários ângulos diferentes, devido a característica cíclica que as mesmas apresentam quando assumimos valores em (,), portanto não existem as funções inversas do seno e cosseno neste intervalo.

O exposto nos obriga a limitar o intervalo do seno e do cosseno dentro de uma faixa que possibilite encontrar apenas um arco para cada valor, é necessário que escolhamos um intervalo onde as funções sejam monótonas. Considerando a função seno dentro da faixa: [π2,π2], podemos dizer que a condição de inversibilidade é satisfeita, da mesma forma a função cosseno dentro da faixa: [0,π] também apresenta valores únicos para cada arco tomado.

Assim, dizemos que:

y= arcsen(x)  x= sen(y)y [π2,π2]

Da mesma forma que:

y= arccos(x)  x=cos(y)y [0,π]

Predefinição:Aviso

Derivadas do arcseno e arccosseno

Seja a função y= arcsen(x), sendo a sua inversa:

x= sen(y),

podemos operá-la desta forma:

dx=cos(y)dy

dxdy=cos(y),

Por outro lado:

 sen2(y)+cos2(y)=1

cos(y)=1 sen2(y)

cos(y)=1x2

O que nos dá:

dxdy=1x2,

Logo:

dydx=11x2

Ainda temos que a função z= arccos(x), sendo a sua inversa:

x=cos(z),

podemos operá-la desta forma:

dx= sen(z)dz

dxdz= sen(z),

Por outro lado:

 sen2(z)+cos2(z)=1

 sen(z)=1cos2(z)

 sen(z)=1x2

O que nos dá:

dxdz=1x2,

Logo:

dzdx=11x2

Integrais do arcseno e arccosseno

Para integração das funções arcseno e arccosseno, veja o capítulo de [[../Técnicas de integração|técnicas de integração]], para uma completa abordagem do tema.

Arctangente e arccotangente

Definimos a função:

y=arctg(x),

arctangente de x, como a inversa da função:

x=tg(y), 

Predefinição:Aviso

tangente de y, para todo o intervalo (,), porque no mesmo há apenas um valor de tangente para cada arco.

Do mesmo modo podemos definir a função:

z=arccotg(t),

arccotangente de t, como a inversa da função:

t=cotg(z),

cotangente de z, para todo o intervalo (,), porque no mesmo há apenas um valor de cotangente para cada arco.

Derivadas da arctangente e arccotangente

Seja a função y=arctg(x), sendo a sua inversa:

x=tg(y),

podemos operá-la desta forma:

dx=sec2(y)dy

dxdy=sec2(y),

Por outro lado:

sec2(y)=1+tg2(y)

sec2(y)=1+x2

O que nos dá:

dxdy=1+x2,

Logo:

dydx=11+x2

Ainda temos que a função z=arccotg(x), sendo a sua inversa:

x=cotg(z).

Por outro lado:

arccotg(z)=π2arctg(z)

O que nos dá:

dzdx=0d[arctg(z)]dx,

Logo:

dzdx=11+x2

Integrais da arctangente e arccotangente

Para integração das funções arctangente e arccotangente, veja o capítulo de [[../Técnicas de integração|técnicas de integração]], para uma completa abordagem do tema.

Arcsecante e arccossecante

Definimos a função:

y= arcsec(x),

arcsecante de x, como a inversa da função:

x=sec(y), 

Predefinição:Aviso

secante de y, para os intervalos de x: (,1];[1,), onde, nos mesmos, há apenas um valor de secante para cada arco.

A função  arcsec(x) é relacionada a função  arccos(x) como segue:

 arcsec(x)= arccos(1x)

Do mesmo modo podemos definir a função:

z= arccosec(t),

arccosecante de t, como a inversa da função:

t= cosec(z),

cosecante de y, para os intervalos de x: (,1];[1,), onde, nos mesmos, há apenas um valor de secante para cada arco.

A função  arccosec(x) é relacionada a função  arcsen(x) como segue:

 arcsec(x)= arcsen(1x)

Derivadas da arcsecante e arccossecante

Seja a função:

y= arcsec(x)

que tem correspondência em:

 arcsec(x)= arccos(1x)

Sendo:

d[ arccos(t)]dx=11t2(dtdx)

dydx=11(1x)2(1x2)

dydx=|x|x2x21

Portanto:

dydx=1|x|x21

para |x|>1

Integrais da arcsecante e arccossecante

Para integração das funções arcsecante e arccossecante, veja o capítulo de [[../Técnicas de integração|técnicas de integração]], para uma completa abordagem do tema.

Trigonométricas inversas como integrais algébricas

Como resultado das derivadas de funções trigonométricas inversas algumas integrais de funções algébricas podem ser convertidas em "arc-funções", são elas:

dx1x2= arcsen(x)+C

dx1+x2= arctg(x)+C

dxxx21= arcsec(|x|)+C

Em todas, como é de costume, encontramos a constante de antidiferenciação C.


hiperbólicas

A hipérbole é uma das funções cônicas exploradas em geometria analítica e tem como característica uma íntima relação com as exponenciais ex e ex, as funções desta seção são obtidas segundo o mesmo princípio das funções trigonométricas utilizando-se da hipérbole como função geratriz, ou seja, para cada ponto cartesiano de um gráfico da hipérbole podemos adotar a análise feita no ciclo trigonométrico, desta análise resultam as funções discutidas nesta seção.

As funções hiperbólicas são essencialmente exponenciais, portanto o seu estudo é simplificado nesta seção, visto que suas conseqüências são imediatamente dedutíveis pelos princípios já vistos na seção que trata de funções exponenciais.

Seno e cosseno hiperbólicos

A função seno hiperbólico é obtida a partir da hipérbole da mesma forma que o seno no ciclo trigonométrico, sua definição pode ser obtida por análise geométrica do gráfico da hipérbole y=12x, onde encontramos:

 senh(x)=exex2

A função cosseno hiperbólico, que referenciamos ao cosseno no ciclo trigonométrico pode ser encontrado pela seguinte expressão:

cosh(x)=ex+ex2

Sendo obtida de forma similar a anterior.

O fato destas funções serem resultantes da soma e subtração de uma exponencial crescente ex e uma exponencial decrescente ex lhes conferem propriedades únicas, do mesmo modo temos a possibilidade de fazer analogias para uma fácil assimilação dos seus conceitos. Estas funções também são largamente úteis devido ao fato de serem comuns em problemas reais na física, na química e nas engenharias.

Relacionando seno e cosseno hiperbólico

Considere a operação: cosh2(x) senh2(x),

Da definição temos:

(ex+ex2)2(exex2)2

e2x+e2x+2exex4e2x+e2x2exex4

e2xe2x+e2xe2x+44

44

logo:

cosh2(x) senh2(x)=1

Derivada do seno hiperbólico

Seja a função seno hiperbólico y= senh(x), podemos dizer que:

y=exex2

sendo:

dydx=12(ex(ex))

dydx=12(ex+ex)

Portanto:

dydx=cosh(x)

Derivada do cosseno hiperbólico

Seja a função cosseno hiperbólico y=cosh(x), podemos dizer que:

y=ex+ex2

sendo:

dydx=12(ex+(ex))

dydx=12(exex)

Portanto:

dydx= senh(x)

Integral do seno hiperbólico

A integral do seno hiperbólico também é facilmente obtida pela definição:

(exex2)dx

12exdx12exdx

12ex+12ex

ex+ex2

Concluimos que:

 senh(x)=cosh(x)+C

Integral do cosseno hiperbólico

A integral do cosseno hiperbólico também é facilmente obtida pela definição:

(ex+ex2)dx

12exdx+12exdx

12ex12ex

exex2

Concluimos que:

cosh(x)= senh(x)+C

Tangente e secante hiperbólicas

Da mesma forma que no caso trigonométrico a tangente e as outras funções hiperbólicas são definidas através do seno e do cosseno, ou seja, a tangente é definida como:

 tgh(x)=exexex+ex

ou

 tgh(x)= senh(x)cosh(x)

A secante hiperbólica é definida como:

 sech(x)=2ex+ex

ou

 sech(x)=1cosh(x)

Relacionando tangente e secante hiperbólicas

Vamos desenvolver a expressão abaixo:

1 tgh2(x)

1(exexex+ex)2

1e2x+e2x2e2x+e2x+2

e2xe2x+e2xe2x+4e2x+e2x+2

4(ex+ex)2

1cosh2(x)

Portanto:

1 tgh2(x)= sech2(x)

Derivada da tangente hiperbólica

Seja a função y= tgh(x), temos:

y=exexex+ex

dydx=(ex+ex)(ex+ex)(exex)(exex)(ex+ex)2

dydx=(cosh2(x))( senh2(x))(cosh2(x))

dydx=1cosh2(x)

Portanto:

dydx= sech2(x)

Derivada da secante hiperbólica

Seja a função y= sech(x), temos:

y=2ex+ex

dydx=2(exex)(ex+ex)2

dydx=2ex+exexexex+ex

e finalmente:

dydx= sech(x) tgh(x)

Integral da tangente hiperbólica

Seja a função f(x)= tgh(x), temos:

F(x)= senh(x)cosh(x)dx

Se fizermos:

u=cosh(x)

du= senh(x)dx

verificamos:

F(x)=duu

F(x)=ln|u|

e finalmente:

F(x)=ln|cosh(x)|+C

Integral da secante hiperbólica

Para integração da função secante hiperbólica, veja o capítulo de [[../Técnicas de integração|técnicas de integração]], para uma completa abordagem do tema.

Cotangente e cossecante hiperbólicas

A cotangente hiperbólica é definida como:

 cotgh(x)=ex+exexex

ou

 cotgh(x)=cosh(x) senh(x)

A cosecante hiperbólica é definida como:

 cosech(x)=2exex

ou

 cosech(x)=1 senh(x)

Relacionando cotangente e cossecante hiperbólicas

Vamos desenvolver a expressão abaixo:

1 cotgh2(x)

1(ex+exexex)2

1e2x+e2x+2e2x+e2x2

e2xe2x+e2xe2x4e2x+e2x2

4(exex)2

1 senh2(x)

Portanto:

1 cotgh2(x)= cosech2(x)

Derivada da cotangente hiperbólica

Seja a função y= cotgh(x), temos:

y=ex+exexex

dydx=(exex)(exex)(ex+ex)(ex+ex)(exex)2

dydx=( senh2(x))(cosh2(x))( senh2(x))

dydx=1 senh2(x)

Portanto:

dydx= cosech2(x)

Derivada da cossecante hiperbólica

Seja a função y= cosech(x), temos:

y=2exex

dydx=2(ex+ex)(exex)2

dydx=2exexex+exexex

e finalmente:

dydx= cosech(x) cotgh(x)

Integral da cotangente hiperbólica

Seja a função f(x)= cotgh(x), temos:

F(x)=cosh(x) senh(x)dx

Se fizermos:

u= senh(x)

du=cosh(x)dx

verificamos:

F(x)=duu

F(x)=ln|u|

e finalmente:

F(x)=ln| senh(x)|+C

Integral da cossecante hiperbólica

Para integração da função cossecante hiperbólica, veja o capítulo de [[../Técnicas de integração|técnicas de integração]], para uma completa abordagem do tema.

Inversas das hiperbólicas

As funções hiperbólicas inversas são particularmente interessantes, elas estão ligadas ao logaritmo natural e por este motivo, sua análise é excencialmente exponencial, como a análise das funções hiperbólicas, deste fato nascem novas possibilidades para lidar com problemas relacionados a análises de estruturas não lineares.

Análise da inversão das variáveis

As funções hiperbólicas são característicamente analisadas de forma semelhante às trigonométricas, o que nos sugere a análise da inversão das variáveis das equações hiperbólicas da forma:

y=funch(x),

Para a forma:

x=argfunch(y)

Isto é particularmente fácil de implementar para funções do tipo senh(x), que são funções monótonas e contínuas, para as demais que restringem sua continuidade em um determinado intervalo, devemos adotar faixas para o domínio de cada uma em particular.

É importante notar que, embora as funções hiperbólicas sejam semelhantes às trigonométricas, estas funções se baseiam em ângulos que devem ser analisados de forma diferente dos trigonométricos, lembre-se que o raio de uma função circular é constante, o que não acotece com uma função baseada em uma cônica, neste caso a hipérbole, por isso escolhemos a nomeclatura de argfunch(x), pois não podemos classificar os ângulos hiperbólicos como arcos.

argsenh e argcosenh

Agora consideremos a função t= senh(x), então:

t=exex2

Podemos fazer ex=u, logo:

t=uu12

O que resulta na equação:

u22tu1=0

cujas raízes são:

u=t±t2+1

Podemos apenas admitir: u>0, consequentemente:

ex=t+t2+1

Substituindo as variáveis x por y e t por x, temos a inversa de senh(x) que é:

 argsenh(x)=ln|x+x2+1|

No caso de t=cosh(x), a dedução é similar:

t=ex+ex2

Podemos fazer ex=u, logo:

t=u+u12

O que resulta na equação:

u22tu+1=0

cujas raízes são:

u=t±t21

Podemos apenas admitir: u>0, consequentemente:

ex=t+t21

Substituindo as variáveis x por y e t por x, temos a inversa de cosh(x) que é:

 argcosh(x)=ln|x+x21|,   |x|>1

Derivadas de argsenh(x) e argcosh(x)

Considerando as fórmulas deduzidas acima, temos:

y= argsenh(x)=ln|x+x2+1|

de onde deduzimos:

dydx=1x+x2+1(1+xx2+1)

dydx=1x+x2+1(x+x2+1x2+1)

resultando:

dydx=1x2+1

E para y= argcosh(x)=ln|x+x21|

de onde deduzimos:

dydx=1x+x21(1+xx21)

dydx=1x+x21(x+x21x21)

e finalmente:

dydx=1x21,   |x|>1

Integrais de argsenh(x) e argcosh(x)

As integrais destas funções precisam de um tratamento diferenciado, utilizando-se os métodos do próximo capítulo: [[../Técnicas de integração|Técnicas de integração]], proponho que o leitor as faça como exercício do mesmo.

argtgh e argsech

Considerando t= tgh(x), temos:

t=exexex+ex

se u=ex:

t=uu1u+u1

o que resulta na equação:

(t1)u2+t+1=0

cujas raízes são:

u=±1+t1t

Onde apenas podemos admitir u>0 e t<1:

ex=1+t1t

Substituindo x por y e t por x:

y=ln1+x1x

Que é a inversa da  tgh(x), portanto:

 argtgh(x)=ln1+x1x,    |x|<1

Ou,

 argtgh(x)=12ln1+x1x,    |x|<1

Considerando t= sech(x), temos:

t=2ex+ex

se u=ex:

t=2u+u1

o que resulta na equação:

tu22u+t=0

Cujas raízes são:

u=1±1t2t

Onde apenas podemos admitir u>0 e 0<t<1:

ex=11t2t

Substituindo x por y e t por x:

y=ln|11x2x|

Que é a inversa da sech(x), portanto:

 argsech(x)=ln|11x2x|,   0<x<1

Derivadas de argtgh e argsech

Seja y= argtgh(x) =12ln1+x1x, |x|<1

Deduzimos que sua derivada é:

dydx=d[ argtgh(x)]dx

Que, depois de submetida à regra da cadeia e da razão, se torna:

dydx=12(1x1+x)[1x(1+x)(1)(1x)2]

dydx=12(1x1+x)[2(1x)2]

dydx=12[2(1+x)(1x)]

e, finalmente:

dydx=11x2,   |x|<1

Note que, devido à limitação do domínio imposto pela variável na função primitiva, a derivada herda a mesma limitação, uma vez que a função não existe fora deste domínio.


Seja y= argsech(x) =ln|11x2x|,

Deduzimos que sua derivada é:

dydx=d[argsenh(x)]dx

Que, depois de submetida à regra da cadeia e da razão, se torna:

dydx=x11x2[x(2x)21x2(11x2)x2]

dydx=x11x2(x21x2+1x2x21x2)

dydx=x11x2(11x2x21x2)

e, finalmente:

dydx=1x1x2

Integrais de argtgh e argsech

As integrais destas funções precisam de um tratamento diferenciado, utilizando-se os métodos do próximo capítulo: [[../Técnicas de integração|Técnicas de integração]], proponho que o leitor as faça como exercício do mesmo.

argcotgh e argcosech

Considerando t= cotgh(x), temos:

t=ex+exexex

se u=ex:

t=u+u1uu1

o que resulta na equação:

(1t)u2t1=0

cujas raízes são:

u=±t+1t1

Onde apenas podemos admitir u>0 e t<1:

ex=t+1t1

Substituindo x por y e t por x:

y=lnx+1x1

Que é a inversa da  cotgh(x), portanto:

 argcotgh(x)=lnx+1x1,   |x|>1

Ou,

 argcotgh(x)=12lnx+1x1,   |x|>1

Considerando t= cosech(x), temos:

t=2exex

se u=ex:

t=2uu1

o que resulta na equação:

tu22ut=0

Cujas raízes são:

u=1±1+t2t

Onde apenas podemos admitir u>0:

ex=11+t2t

Substituindo x por y e t por x:

y=ln|11+x2x|

Que é a inversa da cosech(x), portanto:

 argcosech(x)=ln|11+x2x|

Derivadas de argcotgh e argcosech

Seja y= argcotgh(x) =12lnx1x+1, |x|>1

Deduzimos que sua derivada é:

dydx=d[ argcotgh(x)]dx

Que, depois de submetida à regra da cadeia e da razão, se torna:

dydx=12(x+1x1)[x+1(x1)(x+1)2]

dydx=12(x+1x1)[2(x+1)2]

dydx=12[2(x1)(x+1)]

e, finalmente:

dydx=11x2,   |x|>1

Note que, devido à limitação do domínio imposto pela variável na função primitiva, a derivada herda a mesma limitação, uma vez que a função não exite fora deste domínio.


Seja y= argcosech(x) =ln|11+x2x|,

Deduzimos que sua derivada é:

dydx=d[argcosh(x)]dx

Que, depois de submetida à regra da cadeia e da razão, se torna:

dydx=x11+x2[x2x21+x2(11+x2)x2]

dydx=x11+x2(x21+x2+1+x2x21+x2)

dydx=x11+x2(11+x2x21+x2)

e, finalmente:

dydx=1|x|1+x2,   x0

Integrais de argcotgh e argcosech

As integrais destas funções precisam de um tratamento diferenciado, utilizando-se os métodos do próximo capítulo: [[../Técnicas de integração|Técnicas de integração]], proponho que o leitor as faça como exercício do mesmo.

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