Teoria dos conjuntos/Números ordinais: diferenças entre revisões

Fonte: testwiki
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa
imported>He7d3r.bot
Atualizando a categoria do livro, com AutoCat (detalhes). utilizando AWB
 
(Sem diferenças)

Edição atual desde as 13h59min de 25 de janeiro de 2011

Nos capítulos anteriores foram apresentados os ordinais segundo von Neumann, e foram exibidas e demonstradas várias propriedades. Este capítulo sintetiza os resultados anteriores e apresenta novos resultados.

Ordinais

Conforme visto no capítulo [[../Explorando os axiomas da extensão, separação, par e união/]], um ordinal segundo von Neumann é um conjunto α satisfazendo:

  • Existe uma relação bem ordenada ((α, α), R)
  • Esta relação satisfaz x,yα,((x,y)Rxy)
  • Todo elemento de α é um subconjunto de α (ou seja, xα,(xα))

Classificação dos ordinais

Vimos até agora dois tipos de ordinal:

  • - o conjunto vazio
  • s(α) - o sucessor de um outro ordinal

Um terceiro tipo de ordinal, ordinal limite, é definido como um ordinal que não é nem o conjunto vazio nem o sucessor de outro ordinal. Ainda não vimos se existe, mas, se existir, este ordinal tem uma propriedade notável:

  • Seja α um ordinal limite. Então α=xαx.

Prova: já vimos anteriormente que xαx é um ordinal (ver [[../Explorando os axiomas da extensão, separação, par e união/]]). É imediato verificar que xαxα. Suponha, portanto, que xαxα, então mostraremos que α é um ordinal sucessor, o que completa a prova.

Mas se xαxα, então temos que existe um elemento βα tal que β∉xαx. Mas vimos anteriormente (ver [[../Axioma da potência/]]) que βα(s(β)=αs(β)α), Neste caso, s(β) não pode ser elemento de α, portanto α = s(β).

A recíproca é obviamente verdadeira: se temos um ordinal α em que α=xαx, então obviamente α não é um ordinal sucessor (é imediato verificar que xs(α)xs(α), pois α é um elemento de s(α) mas não é um elemento de algum elemento de s(α)), então este ordinal é o conjunto vazio ou um ordinal limite.

A boa ordenação dos ordinais

O que foi visto até agora permite escrever as seguintes propriedades:

Ord(α)Ord(β)(αβα=ββα)
Ord(α)Ord(β)(αβαβ)

Por definição, se S for um conjunto não-vazio de ordinais contido em algum outro ordinal, então S possui elemento mínimo (considerando a relação de ordem total definida por xy).

Este fato pode ser generalizado: se S for um conjunto não-vazio de ordinais, então S tem um elemento mínimo.

Na verdade, podemos generalizar ainda mais: se Φ(x) for uma propriedade escrita na linguagem formal da teoria dos conjuntos através de uma fórmula bem formada, e existir algum ordinal α que satisfaça Φ(α), então existe um ordinal μ que é mínimo para Φ(x), ou seja, que, qualquer que seja x satisfazendo Φ(x) temos que x = μ ou μx.

Informalmente, costuma-se dizer que uma propriedade Φ(x) que pode valer ou não valer conforme o conjunto x define uma classe; existem outras apresentações da teoria dos conjuntos em que o conceito de classe faz parte da teoria. Este teorema, então, diz que uma classe não-vazia de ordinais tem um elemento mínimo.

Note-se que este não é apenas um teorema: é um esquema de teoremas, e para cada fórmula Φ(x) temos uma nova versão do teorema.

Prova: suponha que a fórmula Φ(x) seja satisfeita para os ordinais α e β.

Então vamos formar os conjuntos (bem definidos, pelo [[../Axioma da extensão/]]):

SA={xs(α) | Φ(x)}
SB={xs(β) | Φ(x)}

Estes conjuntos são subconjuntos não-vazios de ordinais (por exemplo, αSAs(α)), logo podemos tomar seus mínimos

a=mins(α)SA
b=mins(β)SB

Afirmação: a = b.

Prova: sem perda de generalidade, se a ≠ b, suponhamos que ab. Neste caso, como bs(β), pela transitividade, as(β), ou seja, aSB, contradizendo o fato de b ser mínimo.

Ou seja, se a fórmula Φ(x) é satisfeita por qualquer ordinal, então o mínimo de Φ(x) existe e não depende do ordinal escolhido, ou seja, ele existe e é único.


Predefinição:AutoCat

en:Set Theory/Ordinals