Mecânica dos fluidos/Fluxo laminar do líquido ideal: diferenças entre revisões

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Edição atual desde as 17h01min de 1 de junho de 2016

Quando o fluido pode ser aproximado pelo modelo do líquido ideal, o fluxo é sempre laminar e as equações de Euler podem ser usadas no lugar das equações de Navier-Stokes. Nessas condições, uma solução analítica pode ser encontrada para diversos problemas.

Fluxo em um tubo curvo

Consideremos um duto curvo, de seção retangular h0 x w0 e raio interno de curvatura r0, em posição horizontal. Se h0 for suficientemente pequeno, a velocidade v pode ser considerada constante ao longo da seção transversal do duto. O uso da equação de Euler relativa à componente normal à linha de corrente resulta em


ρv2r=pn+ρgznρv2r=pn=dpdr


Integrando,


dp=ρv2drrp1p2dp=r0r0+h0ρv2drrp2p1=ρv2ln(r0+h0r0)


v=p2p1ρln(r0+h0r0)


A equação acima relaciona a velocidade do fluxo com a diferença de pressão nas paredes interna e externa à curva. Essas pressões podem ser medidas, proporcionando uma medida da velocidade do fluxo no duto.

Fluxo sob uma comporta

Consideremos uma comporta de seção retangular de altura h0 na parte inferior de uma parede vertical, com água até a altura hw. A equação de Bernoulii nos dá


vi22+piρ+gzi=vf22+pfρ+gzf


Se escolhermos a linha de corrente que fica na superfície da água, teremos, trabalhando com pressões manométricas,


vi22+0ρ+ghw=vf22+0ρ+gh0vf=2g(hwh0)+vi2


Se escolhermos a linha de corrente que fica no fundo da água, teremos


vi22+ρghwρ+0=vf22+ρgh0ρ+0vf=2g(hwh0)+vi2


Ou seja, o resultado independe de qual linha de corrente for escolhida.

Fluxo ao redor de uma asa de avião

Predefinição:Wikipedia

A equação de Bernoulli é válida para fluidos incompressíveis e com viscosidade nula. O caso do fluxo de ar ao redor da asa de um avião pode ser analisado através dessas equações, contanto que a velocidade não seja muito elevada (tipicamente abaixo de mach = 0.3). Neste caso, o ar pode ser considerado incompressível. O referencial mais conveniente a usar não é a terra, e sim o corpo do avião; se a velocidade for constante, esse referencial é inercial. Para um observador no solo, o fluxo não poderia ser considerado como de regime permanente.


A uma altitude de 1000 m, a temperatura é de cerca de 280 K, e a velocidade do som, 336 m/s. O avião poderia então mover-se, em relação ao ar, a uma velocidade de até 0.3 · 336 m/s = 112 m/s, e a equação de Bernoulli continuaria sendo válida. Tomando como referência uma linha de corrente que ataque frontalmente a asa no ponto A e passe por cima dela, teremos


var22+parρ+gzA=vA22+pAρ+gzA=vB22+pBρ+gzB


onde B é um ponto qualquer na superfície superior da asa. Obviamente, var é a velocidade do avião com relação ao ar. Como vA = 0, a pressão pA será a pressão de estagnação.


pA=par+ρvar22


A pressão estática no ponto B será dada por


pB=par+ρ(var2vB2)2


Similarmente, se escolhermos uma linha de corrente que passe por baixo da asa, teremos, num ponto C localizado na superfície inferior


pC=par+ρ(var2vC2)2


E a diferença de pressões que atua verticalmente sobre a asa será


Δp=pCpB=ρ(vB2vC2)2


A asa deve ser desenhada de forma que vC < vB de forma a termos pC > pB. Assim, a asa sofrerá a ação de uma força ascendente. O desenho mostra que a velocidade do fluxo na parte superior da asa é mais alta, uma vez que as linhas de corrente são mais próximas.



Predefinição:AutoCat