Teoria dos conjuntos/Revendo o axioma da separação: diferenças entre revisões

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imported>Marcos Antônio Nunes de Moura
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Edição atual desde as 21h08min de 17 de março de 2017

No texto do axioma da separação:

Se z é um conjunto e ϕ é qualquer propriedade que possa ser atribuída a elementos x de z, então existe um subconjunto y de z que contém os elementos x de z e que possuem essa propriedade.

Ou, em sua forma mais genérica, qualquer fórmula ϕ na linguagem da teoria dos conjuntos com variáveis livres entre x,z,w1,,wn:

zw1wnyx(xy(xzϕ))

Um ponto que pode não ter ficado muito claro é que tipo de fórmula ou propriedade é admissível para Φ.

Este capítulo tem o objetivo de explorar estas fórmulas.

Exemplo: conjuntos unitários

Seja Φ a propriedade definida como:

Φ(x)=(y,(yxz,(zxz=y)))

Em Português, o que esta propriedade afirma?

y,yx - significa que x não é o conjunto vazio.
z,(zxz=y) - significa que se x tem algum elemento, então este elemento é igual ao y

Em outras palavras, Φ(x) expressa, na linguagem da teoria dos conjuntos, que x é um conjunto unitário.

Por exemplo, podemos demonstrar (exercício) que Φ(1), Φ({1}) e Φ({2}) são verdadeiros, e que Φ(), Φ(2) e Φ({1,2}) são falsos.

Como aplicação do esquema de axiomas, seja A = {1, 2}. Então o conjunto B={xA|Φ(x)} é o conjunto B = {1}.

Ao aplicar a propriedade Φ na formação de subconjuntos, deve-se tomar o cuidado de não repetir os símbolos. Se temos uma demonstração lógica que já utilizou os símbolos x, y ou z, devemos usar a definição de Φ trocando o símbolo por algum outro.

Note-se que, pelos axiomas até agora apresentados, a expressão {x|Φ(x)} não denota um conjunto - aliás, é possível mostrar (usando uma variação do paradoxo de Russell) que este conjunto não existe, ou seja, que para todo conjunto A existe um conjunto unitário B que não é um elemento de A.

A fórmula do axioma

A fórmula Φ do axioma deve ser uma Predefinição:W, na linguagem da lógica clássica de primeira ordem.

Isto significa o seguinte:

  • Podem ser usadas constantes e fórmulas previamente definidas, e variáveis novas
  • Podem ser usados os conectivos lógicos da lógica proposicional (e, ou, não, implica, etc, combinados com parêntesis para mostrar prioridade de avaliação)
  • Variáveis devem ser introduzidas pelos quantificadores existe e para todo, e seu uso deve ser limitado à proposição que se segue ao quantificador.
  • Variáveis devem se relacionar entre si e com as constantes através unicamente de , ou de outros símbolos definidos anteriormente por fórmulas bem formadas.
  • As fórmulas bem formadas são recursivas, ou seja, elementos de uma fórmula bem formada são fórmulas bem formadas.

Como exemplos, sendo A, B e C constantes:

  • xA é um fórmula bem formada na variável x
  • x,xA não é uma fórmula bem formada na variável x, porque x não está livre
  • xAxB é uma fórmula bem formada na variável x
  • xA(y,(yBxy)) é uma fórmula bem formada na variável x
  • xAyBx=y é uma fórmula bem formada nas variáveis x e y
  • y,(yxy(yA)) não é uma fórmula bem formada em x: y aparece em um quantificador (y) dentro de uma expressão condicional a outro quantificador y)
  • (y,zx,(yzy=zzy))(y,zx,(yxzyzx)) é uma fórmula bem formada na variável x (esta é uma das definições de um número ordinal)

Sementinha do mal

Agora é um bom ponto para plantar uma sementinha do mal. O axioma diz explicitamente que para todo conjunto x e toda fórmula φ existe um subconjunto y dos elementos de x que satisfazem esta propriedade.

Uma pergunta interessante é inverter o enunciado do axioma: será que, para todo subconjunto y de x, existe uma fórmula bem formada φ (que, obviamente, seja livre de y) de modo que y seja definido através dela?

Esta pergunta aparentemente inocente tem profundas implicações, mas, por enquanto, ainda não temos ferramentas adequadas para explorá-la.


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